Embrapa alerta para nova praga das pastagens que causa danos severos
Trata-se de uma cochonilha detectada em pastagens de Mato Grosso do Sul , mas já com relatos em outras regiões do país e ainda não possui recomendação de controle
A primeira constatação da presença do inseto sugador nas folhas de braquiária nos campos experimentais da Embrapa em Campo Grande ocorreu em 2018, com reinfestações nos anos seguintes. Naquele ano, em campos formados pelo híbrido BRS Ipyporã resistente à principal praga da pastagem, as cigarrinhas. Nos anos seguintes, segundo a pesquisadora, a infestação continuou avançando em outras áreas experimentais e também em época chuvosa, sendo, desde então, acompanhada em outros estudos da Embrapa.
Os danos à planta decorrem da sucção de seiva nas folhas, levando ao amarelecimento e secamento das partes atingidas. Torres discorre que inicialmente, ao sair do ovo, a ninfa (fase jovem do inseto) locomove-se e fixa-se na parte abaxial das folhas. Porém, em altas infestações conseguem chegar também aos caules e superfície adaxial (parte de cima das folhas). As fêmeas ficam fixas até mesmo depois de adultas. Já os machos possuem asas e voam em busca de acasalamento.
A nova praga não deve ser confundida com a já conhecida cochonilha-dos-capins (Antonina graminis). A cochonilha-dos capins foi detectada no Brasil, pela primeira vez, em 1944, na Bahia; em 1964, no Pará; e em 1966, no estado de São Paulo.
Torres explica que “além de as cochonilhas serem diferentes morfologicamente, a cochonilha-dos-capins ataca a haste da planta, a partir do coleto e, quando na parte aérea, fica junto aos nós, sob a bainha das folhas. Em decorrência da sucção de seiva nesses locais, a planta perde sua capacidade de rebrota, podendo até morrer, o que é conhecido como ‘geada dos pastos’”.
A pesquisadora enfatiza ainda que desde 1967, após a introdução do parasitoide Neodusmetia sangwani, a cochonilha-dos-capins teve seu controle estabelecido no Brasil.
E apesar da nova cochonilha não ter nenhuma recomendação de controle, Torres acredita que um agente biológico também possa ser usado para evitar a proliferação do problema. No entanto, isso ainda depende de novas pesquisas que além de identificar produtos que controlem o praga, devem buscar variedades de capins mais resistentes.