Especialistas dizem que Brasil deverá se tornar o maior produtor mundial de hidrogênio verde
A Comissão Especial de Hidrogênio Verde debateu o uso do hidrogênio para a mobilidade no Brasil. A atual infraestrutura para a produção e a distribuição de etanol facilitará o rápido crescimento no uso do hidrogênio no país
Vários países vem buscando fontes menos poluentes de combustível e uma delas é o hidrogênio verde, produzido pela quebra das moléculas da água a partir de fontes limpas. Ou seja, usando energia hídrica, solar, eólica e geotérmica.
As emissões gasosas dessas fontes são muito baixas ou praticamente nulas. O Brasil já possui uma situação positiva nessa área. Primeiro porque a matriz energética nacional, baseada em grande parte na hidroeletricidade e em biocombustíveis, é uma das mais limpas do mundo.
O país também possui o maior bioma florestal, a Amazônia. Aproveitando essas características, o hidrogênio verde começou a ser produzido no país, que pode acabar se tornando uma potência global em energia renovável. Esta estrutura de baixo carbono favorece a produção de veículos elétricos no país.
Os veículos flex ou híbridos-flex abastecidos apenas com etanol, por exemplo, emitem menos gás carbônico do que um carro elétrico na Europa. O Brasil é o maior produtor mundial de etanol feito da cana de açúcar e conta com uma infraestrutura nacional de distribuição, criando outra possiblidade para produção de hidrogênio 100% renovável.
A Comissão Especial de Hidrogênio Verde promoveu uma audiência pública no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas, São Paulo, para debater o uso dessa fonte limpa para mobilidade no Brasil. Roberto Matarazzo Braun, da Toyota do Brasil, disse que a estrutura de etanol já existente no país pode ser utilizada para a distribuição do hidrogênio verde.
No Brasil inteiro são 43 mil postos de combustível que têm etanol. Então, assim, imagine se nós pudermos colocar em alguns desses locais um reformador de etanol para fazer hidrogênio… João Bruno Bastos, representando o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, apresentou uma série de tecnologias e fontes energéticas possíveis para a produção de hidrogênio e afirmou que nem sempre é fácil encontrar uma solução que atenda a todos os países e situações específicas.
As soluções que entregam sustentabilidade, elas são muito afetadas por fatores locais. Até mais do que as tecnologias convencionais baseadas em matérias primas fósseis. O senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, que presidiu a audiência, também destacou as vantagens brasileiras no setor energético, mas reconheceu que o país tem grandes desafios pela frente, especialmente na formação de recursos humanos. A gente vê o esforço das universidades também na produção de pessoal. Nós temos um país grande, com tantos desafios e um deles é justamente é pessoal qualificado.
Segundo especialistas, o Brasil deverá se tornar o maior produtor mundial de hidrogênio verde. A maior parte dos projetos atualmente estão concentrados no Nordeste, devido à grande produção de energia eólica e solar. Da Rádio Senado, Floriano Filho.