Meio ambiente e agronegócio andam juntos, afirmam especialistas
Debate realizado pelo Conselho Nacional de Justiça avaliou o papel do homem do campo na preservação ambiental e interesse cada vez maior por boas práticas
É celebrado nesta semana, em todo o Brasil, a Semana do Meio Ambiente. Um período voltado para as ações positivas que foram ou que devem ser tomadas para preservar a biodiversidade e as riquezas naturais que o país possui. E é impossível falar de agronegócio sem falar de natureza e meio ambiente.
Esse, inclusive, foi o tema I Colóquio Jurídico Brasil-Organização dos Estados Americanos (OEA): Boas Práticas do Direito Brasileiro, realizado na última semana pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que desmistificou a ideia de que o agro e o meio ambiente são antagônicos sendo que, na verdade, há um falso dilema entre os dois temas, ao ponto que é de interesse de profissionais da agricultura preservar a natureza.
“Há um casamento entre o meio ambiente e o desenvolvimento da agricultura. Estamos em um processo de desenvolvimento do sistema produtivo e incentivamos, através de campanhas, os produtores rurais a aproveitar os ‘green bonds’, títulos que comprovam o uso de práticas sustentáveis”, explicou o assessor jurídico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Kaufmann.
Segundo Kaufmann, 66,7% do território nacional é protegido legalmente, incluindo as áreas indígenas, e que um pouco mais da metade desse montante está sob os cuidados dos produtos rurais. “Não existe agricultura sem pensar no país, no meio ambiente, e na responsabilidade que categoria carrega”, afirmou. Reforçando que a CNA tem vários projetos e programas de proteção ao meio ambiente, ele manifestou interesse da entidade em integrar o Observatório do Meio Ambiente do Poder Judiciário.
Já o secretário-adjunto de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Paulo Gustavo Medeiros Carvalho, destacou que apenas 7% do território nacional é usado para produção agrícola. “Esse percentual é até menor do que o destinado as terras indígenas”, explicou. Ele ressaltou que há uma necessidade de maior segurança jurídica para os produtores rurais e que a maior parte das queimadas que ocorrem hoje no país são em áreas públicas, por falta de fiscalização.