Os próximos dias são de alerta aos possíveis incêndios
Estar atento e seguir as orientações dos técnicos da Secretaria de Agricultura é fundamental para evitar maiores danos
Os efeitos da falta de chuva vão além do reajuste nas contas de energia. A agricultura, por exemplo, é um segmento que sofre duplamente, com a queda da produção causada pela estiagem, que é também combustível para queimadas e podem se transformar em incêndios de grandes proporções, ao colocar em risco não só a produção, mas a vida de animais e seres humanos.
Além de deixar um rastro de destruição, os incêndios afetam negativamente o clima e a saúde dos seres vivos. Os técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo atuam junto aos produtores rurais para evitar sinistros e reduzir danos.
As orientações vão desde contatos diretos, até matérias veiculadas nas mídias impressa, televisão e rádios, assim como podcasts via WhatsApp e a divulgação em redes sociais da Pasta e de seus órgãos, como a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CATI/CDRS).
Alexandre Grassi, dirigente da CATI/CDRS, salienta que a extensão rural pode colaborar fortemente por estar mais próxima do produtor rural. “Temos uma rede de técnicos que atuam em todo o Estado e as Casas da Agricultura são as primeiras unidades a serem procuradas por eles. O produtor rural corre, muitas vezes, o risco de perder a safra em função de um incêndio que pode ter sido causado simplesmente por descuido ou desconhecimento. Podemos ajudar nesta conscientização e divulgação de alertas, trata-se de um trabalho de muitas parcerias”, ressaltou Grassi.
Os incêndios acontecem com maior frequência em propriedades rurais que ficam às margens das estradas, onde qualquer ponta de cigarro jogado inescrupulosamente pode vir a causar estragos de maiores proporções, devido ao mato estar muito seco nesta época e ser material de fácil combustão. Alguns incêndios têm origem criminosa, outros por raios, ou ainda por descuido na limpeza de terrenos; até um caco de vidro, uma lata, um pedaço de metal podem provocar o início do fogo que, sem controle, pode avançar e consumir grandes áreas de plantações ou matas.
“Este ano, com certeza, está sendo ainda mais complicado devido às represas estarem com níveis baixos, os poços já vazios, então é preciso ainda mais atenção do produtor na prevenção às queimadas”, afirma o engenheiro agrônomo Andrey Vetorelli, da CATI/CDRS Regional São José do Rio Preto, uma das regiões que sofrem bastante com as estiagens e com as queimadas intencionais, em especial em áreas de cana-de-açúcar e pastagens, muito presentes na região. “Os proprietários de áreas rurais precisam ficar atentos para evitar incêndios de grandes proporções em suas lavouras e sempre é bom reforçar as medidas de prevenção, já que fatores como o aumento da incidência de ventos, a baixa umidade relativa do ar e a falta de chuvas contribuem para que eles ocorram”, enfatiza o técnico.
A assessoria da ABAG alerta: “incêndio é um fogo sem controle, indesejado, que na maioria das vezes tem como causa ações que poderiam ser evitadas, como jogar latas ou bituca de cigarro aceso nas margens das estradas ou colocar fogo em lixo e resíduos vegetais. Já as queimadas são tecnologias agrícolas e já foram muito usadas na colheita de cana-de-açúcar, quando esta era realizada de forma manual, mas sempre com autorização dos órgãos competentes.
De acordo com os dados da Operação Corta Fogo, em 2020, 111.295 hectares foram atingidos por incêndios no Estado de São Paulo. Essa área queimada resultou na emissão de cerca de sete mil toneladas de gases de efeito estufa e 415 mil toneladas de poluentes atmosféricos. Foi o segundo ano com mais focos de incêndios (6.123) desde 2010 (7.292 focos). No ano passado, os incêndios criminosos foram causadores de prejuízos materiais e ambientais tanto na área rural, como na urbana.
Dicas também podem ser ouvidas no podcast pelo link: https://open.spotify.com/episode/35ESGk2kZD39A11UjP9n7D?si=v-mS5wYLQDqrcSHGxe4AYQ&dl_branch=1