PIB do agro: Ipea revisa índice para cima, indicando crescimento de 2,6%
Melhora no resultado esperado de itens importantes da produção vegetal e animal motivou Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada a rever o cálculo para este ano
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para cima a nova projeção do valor adicionado do setor agropecuário para 2021. Os dados, divulgados nesta quarta-feira, 23, mostram que os pesquisadores revisaram de 2,2% para 2,6% a previsão de crescimento do PIB do setor para este ano, na comparação com 2020, com crescimento de 2,7% para a produção vegetal e 2,5% para a produção animal.
De acordo com a entidade, o que motivou a revisão para cima do cálculo do PIB foi a melhora no resultado esperado de itens importantes tanto na produção vegetal como animal no ano. Os principais riscos dessa projeção de crescimento estão relacionados à crise hídrica, que pode prejudicar mais do que o previsto a produção vegetal, e ao segmento da pecuária de bovinos, que ainda tem incertezas relativas à oferta e à demanda.
Na produção vegetal, para a qual o Ipea projeta crescimento de 2,7% no ano, a queda esperada da produção de importantes culturas, como café (-21,0%), algodão (-19,7%), milho (-3,9%) e cana-de-açúcar (-3,1%), não seria suficiente para comprometer o bom desempenho geral da agricultura sustentada nas altas da produção de soja (9,4%), do arroz (2,8%) e do trigo (27,9%).
Na produção animal, para a qual se espera alta de 2,5% no ano, o Ipea projeta crescimento da produção de todos os segmentos: bovinos (0,9%), suínos (6,8%), aves (6,5%), leite (3,2%) e ovos (2,3%).
Apesar de positivo, o desempenho da carne bovina ficou aquém do esperado, porém compensado pela forte alta de suínos e aves. “A produção de suínos e frangos foi impulsionada pelo aumento do consumo em substituição ao da carne bovina, que permanece com preço elevado e oferta limitada de animais para abate”, disse Pedro Garcia, um dos autores do estudo e pesquisador associado do Ipea.
O que pode afetar o PIB
O levantamento trata ainda dos principais riscos relacionados ao setor. No caso da produção vegetal, a ocorrência de choques climáticos adversos no Centro-Sul e a possibilidade de adoção de medidas restritivas ao uso da água para a lavoura – em função da necessidade de poupar o recurso para a geração de energia hidroelétrica – podem afetar negativamente as estimativas para alguns produtos.
No que diz respeito à produção animal, o risco continua sendo uma possível frustração na projeção de crescimento da produção de bovinos, que pode ser impactada por uma recuperação na oferta de animais mais lenta do que o projetado, informa a entidade.
O estudo foi realizado com base nas estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em projeções próprias para a pecuária a partir de dados das Pesquisas Trimestrais do Abate, Produção de Ovos de Galinha e Leite.
Fonte: Canal Rural – Imagem: Compre Rural