Safra começa no Centro-Sul com desafio duplo para canavicultor, diz Feplana
Para piorar a situação dos fornecedores de cana de SP e do PR, os seus custos de produção dispararam nos últimos meses
A nova safra de cana em São Paulo e no Paraná está começando com desafio duplo para o canavicultor: a queda do valor acumulado da cana no fechamento da safra anterior e o aumento dos custos de produção, em especial no preço do adubo. A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) revela surpresa e decepção diante da redução do valor acumulado do ATR da cana para a safra 21/22 nos dois estados, ainda maior no PR, ante o aumento do preço do quilo nos últimos meses, apresentado há poucos dias pelos Conselhos dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool dos respectivos estados (Consecana-SP e Consecana-PR).
Os Consecanas fazem o levantamento do preço todo mês. É referência para a definição do valor da cana pago pelas usinas sucroenergéticas. “Após duas geadas severas e uma seca numa só safra, os canavicultores ainda terão de enfrentar agora essa queda inexplicável pela remuneração da cana, e bem no início de uma nova safra. Como houve redução frente à alta do preço do quilo da cana nos varios meses desde outubro/2021. A previsão, ora projetada pelo Cepesp/FGV, era de o acumulado alcançar R$ 1,1920/kg ATR no mês passado, mas ficou em apenas R$ 1,1792 (SP) e R$ 1,0031 (PR)”, questiona Paulo Leal, presidente da Feplana.
Para piorar a situação dos fornecedores de cana de SP e do PR, os seus custos de produção dispararam nos últimos meses, sobretudo depois da guerra da Rússia na Ucrânia. O adubo, por exemplo, cotado em dólar, mais que duplicou de preço. “Uma tonelada subiu da faixa de R$ 1,8 mil para R$ 5 mil. Portanto, a reposição desse e de outros insumos nos canaviais requer muita atenção dos produtores no começo dessa safra, ainda mais com essa incompreensível baixa no valor acumulado da cana”, frisa Leal.