FAESP e líderes do setor de cana-de-açúcar visitam projeto de hidrogênio verde na USP
Em visita ao Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), sediado na Universidade de São Paulo (USP), representantes dos produtores de cana conheceram o potencial econômico e energético do hidrogênio verde
Na última quarta (25), a FAESP e representantes de entidades do setor sucroenergético fizeram uma visita ao Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), ligado ao Departamento de Engenharia Mecânica, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), para conhecerem o projeto da primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável, a partir do etanol, que será instalada no campus universitário.
Essa iniciativa pioneira tem como objetivo explorar as potencialidades do hidrogênio, via reforma do etanol, como uma nova solução tecnológica sustentável, competitiva e viável economicamente em grande escala, que poderá contribuir com o avanço da agenda de transição energética e de descarbonização da economia paulista.
A planta experimental é um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) com financiamento da Shell e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com a Raízen, o Senai, a USP (via o RCGI), a Toyota – responsável pelo fornecimento do Mirai, o primeiro carro de série movido à célula de combustível a hidrogênio, para a realização dos testes de performance –, a Marcopolo e a Hytron, que é a empresa desenvolvedora do reformador a vapor do etanol.
O modelo apresentado faz parte do projeto da estação de abastecimento experimental de hidrogênio verde, prevista para entrar em operação no próximo ano e que abastecerá além do Mirai, quatro ônibus da Marcopolo que circulam internamente na USP.
Tirso Meirelles, Vice-Presidente da FAESP, enfatizou a relevância do hidrogênio verde no contexto da produção de cana-de-açúcar e a participação das lideranças, afirmando que o encontro “foi muito importante para conhecer o potencial competitivo do etanol para produzir o hidrogênio, aproveitando inclusive da logística já existente da agroindústria canavieira em nosso Estado, além de e firmar o compromisso do governo e das entidades de liderar a transição energética em sintonia com as práticas ESG no processo produtivo.”
Para Nelson Perez Junior, Presidente da Comissão Nacional de Cana de Açúcar da CNA e Coordenador da Comissão Técnica de Cana-de-Açúcar e Energia Renovável da FAESP, a visita técnica “foi extremamente produtiva, pois além de aproximar e reunir as entidades do setor voltadas ao produtor rural, nos permitiu vislumbrar um futuro promissor para o etanol. Agora, o desafio é criar soluções políticas e estratégicas para garantir que isso se torne uma realidade e que os fornecedores de cana recebam o reconhecimento que lhes é devido e uma justa remuneração por sua contribuição nesse processo.”
RCGI: estudos avançados sobre a transição energética
O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), sediado no prédio da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, é um centro mundial que desde 2016 realiza estudos avançados sobre a transição energética para o uso sustentável do gás natural, biogás, hidrogénio e gestão, transporte, armazenamento e utilização de CO2. Com financiamento público-privado da FAPESP e Shell Brasil, o RCGI tem suas atividades fundamentadas nos três pilares: pesquisa, inovação e difusão do conhecimento.
O encontro contou com as apresentações dos programas e pesquisas realizadas em prol do setor sucroenergético feitas pelo Prof. PhD Renato Picelli, Diretor de Inovação e de Transferência de Tecnologia do RCGI, e pela Profa. PhD Suani Coelho, Vice-Diretora do Programa de Bionergia e Captura e Armazenagem de Carbono do RCGI e Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Bioenergia, do Instituto de Energia e Meio Ambiente da USP.
O grupo contou com a participação de: Erica Monteiro de Barros, Assessora Técnica do Departamento Econômico da FAESP; Eduarda Lee Ferreira Lima, Assessora Técnica da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA; Alexandre Araújo de Morais Andrade Lima, Vice-Presidente da Feplana (Federação dos Plantadores de Cana do Brasil); José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil); Luís Henrique Scabello de Oliveira, Presidente da Canasol (Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara) e 1º Tesoureiro da Feplana; Guilherme Bueno, engenheiro agrônomo da Canasol; Klecio José dos Santos, Presidente da Cooperativa Pindorama em Coruripe, no Estado de Alagoas; e José Carlos Weschenfelderv, Presidente da OLFAR Alimento e Energia.
A visita conjunta ao projeto de hidrogênio verde demonstra o compromisso da FAESP e das lideranças dos produtores em promover a inovação e sustentabilidade na produção de etanol, preparando o setor sucroenergético para um futuro promissor nessa indústria e na consolidação da liderança do Estado de São Paulo como fornecedor de tecnologia e de combustíveis verdes, a partir de fontes limpas e renováveis, como o etanol.