Acordo assinado nesta segunda em Piracicaba assegura transparência no pagamento da cana ao produtor

Memorando assinado por AFOCAPI, ASSOCAP, CANASOL e UNICA padroniza cálculo do ATR e VTC, trazendo previsibilidade e segurança jurídica para quem move a agroindústria nacional. Diretoria comemora a representatividade da Canasol no setor canavieiro na região central do Estado

 

Num dia que pode marcar um recomeço para o setor sucroenergético, entidades do agronegócio se reuniram em Piracicaba para fechar um acordo que pretende construir uma ponte de diálogo entre fornecedores de cana e industriais. A AFOCAPI, ASSOCAP, CANASOL e a UNICA assinaram, nesta segunda-feira (24), um Memorando de Entendimentos que restabelece a segurança na remuneração da cana-de-açúcar.

A cerimônia, realizada no Centro Canagro “José Coral”, não foi só um evento protocolar. Foi a confirmação de que há sempre espaço para o diálogo. Lá, líderes do setor, representantes dos maiores grupos de usinas e produtores de cana testemunharam o início de uma era para a precificação da cana.

DO PAPEL PARA O BOLSO: O QUE MUDA NA PRÁTICA

A grande vitória desse memorando é que, a partir de agora, não haverá mais espaço para incertezas quanto à metodologia no cálculo do ATR (Açúcar Total Recuperável) e do VTC (Valor da Tonelada de Cana). As entidades vão divulgar os valores em conjunto, criando uma referência única e transparente para toda a cadeia.

“Isso aqui é um marco de maturidade”, comemorou Evandro Gussi, presidente da UNICA. “Garantimos, de forma conjunta, que produtores e indústrias falem a mesma língua na hora de fechar a conta. É previsibilidade e segurança jurídica na veia.”

E os efeitos são imediatos. O acordo assegura a manutenção da metodologia de cálculo já consagrada e reajusta o valor da tonelada de cana para produtores elegíveis (o VTC-e), respeitando as negociações individuais de cada um.

A captação de preços continua com a credibilidade técnica do CEPEA/USP-ESALQ. A entidade continuará sendo a responsável por apurar e divulgar os indicadores de preços, com total isenção. O acordo também deixa a porta aberta para que outras associações de produtores, que queiram jogar pelo mesmo livro de regras, possam aderir no futuro.

A mensagem que fica é clara: o setor aprendeu que a conciliação é o melhor caminho para gerar negócios previsíveis e relações mais transparentes. E no final do dia, quem ganha é todo mundo que faz brilhar a bioenergia brasileira .

CANASOL É DESTAQUE

A Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara (Canasol) na atualidade uma das maiores forças representativas do setor canavieiro na região central do Estado não apenas demonstrou o grau de maturidade da sua diretoria, mas também mostrou sua força representativa em defesa da categoria, comemorou o presidente da entidade, Luís Henrique Scabello de Oliveira.

O dirigente não tem poupado esforços para dar o tom de equilíbrio nas suas iniciativas como administrador, mas coloca em evidência o que a Canasol hoje representa aos olhos do agronegócio brasileiro. A Canasol ganhou espaço junto a Feplana e Luís Henrique, na atualidade, é um dos membros mais respeitados na federação, isso significa o avanço e a presença indispensável da associação na discussão das políticas diretamente ligadas ao setor canavieiro, motivo de orgulho para nós araraquarenses.

COMO TUDO COMEÇOU

A necessidade da assinatura do referido memorando fez-se necessária diante do impasse criado nas negociações do CONSECANA-SP, o que impossibilitou até o momento de circulares válidas para o fechamento do preço do valor do ATR da Safra 2024 e dos valores mensais do ATR para a Safra 2025.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esse sistema de precificação da cana existe há quase 30 anos e veio em resposta à liberação dos preços da cana pelo governo federal. Ele se baseia na contribuição dos custos agrícolas e industriais para a produção de açúcar e de etanol, na qualidade tecnológica da cana, no rendimento industrial, resultando nos fatores técnicos de conversão, no mix de produção, na curva de comercialização e nos preços médios de venda do açúcar e do etanol na safra. Em resumo, o preço da cana é calculado a partir de uma participação no faturamento obtido com a venda do açúcar e do etanol.

“Ainda que estatuto social da Canasol confira poderes para representar e defender a classe dos fornecedores junto às unidades de processamento de cana, sendo desnecessária a convocação de Assembleia, tivemos o cuidado de convocar uma reunião, ocorrida no dia 28 de agosto, para ouvir os associados sobre o tema e, ao final, a entidade foi autorizada pelos associados presentes à reunião a firmar acordo com a Unica, caso a revisão não prosperasse”, afirma Luís Henrique.

“Portanto, transcorridos quase 90 dias da referida reunião e persistindo o impasse, a Canasol, referendada por seus associados, assinou o Memorando de Entendimentos na data de ontem”, completa o presidente da Canasol.

O memorando consolida o arranjo técnico de caráter setorial, construído de forma paritária entre as entidades, com o propósito de preservar os parâmetros historicamente adotados pelo setor no que diz respeito às normas de qualidade da matéria-prima, aos procedimentos de cálculo e às referências utilizadas para a remuneração da cana-de-açúcar. Nada daquilo que foi formalizado diverge das premissas e resultados conhecidos da revisão do sistema que ora enfrenta o impasse.

“A Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara – Canasol reitera seu compromisso com a defesa dos interesses da classe dos fornecedores de cana e espera que o impasse nas negociações relativas à revisão do sistema Consecana-SP possa ser superado, restabelecendo assim a normalidade nos negócios, a segurança jurídica, a harmonia e o desenvolvimento do setor sucroenergético do Brasil”, finaliza Luís Henrique.

Fonte: https://rciararaquara.com.br/destaques/acordo-assinado-nesta-segunda-em-piracicaba-assegura-transparencia-no-pagamento-da-cana-ao-produtor/