Aftosa: com dificuldade para comprar vacinas, SP prorroga campanha de imunização
Faesp mostra preocupação com a oferta de vacinas para este ano. Federação também recebeu informes de que a vacina subiu de preço
A campanha contra febre aftosa em bovinos e bubalinos no estado de São Paulo ganhou novo prazo. Atendendo uma solicitação da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), que alegou dificuldade na compra de vacinas, o Ministério da Agricultura (Mapa), estendeu o prazo da campanha até o dia 31 de dezembro deste ano. O prazo se encerraria nesta terça (30).
Em comunicado, a Faesp ressaltou que os produtores paulistas são os principais interessados em cumprir todas as normas sanitárias. A entidade lembra que o último foco de febre aftosa no estado ocorreu há 26 anos e o sucesso da erradicação se deve, em grande parte, aos pecuaristas, que realizaram com eficiência a imunização dos animais durante as campanhas movidas pelos órgãos sanitários”, afirma o presidente da Faesp, Fábio de Salles Meirelles.
O Mapa prorrogou o prazo com o propósito de evitar o comprometimento nos resultados da etapa de vacinação contra a aftosa. A Faesp recebeu informações de sindicatos rurais de que muitos produtores não conseguiram adquirir vacinas em razão da falta do produto nos postos de revenda, A Federação também recebeu informes de que a vacina subiu de preço. Na campanha passada, a entidade apurou um teto de R$ 1,60 a dose. Houve informações de produtores pagando até mais de R$ 2 por dose.
A vacinação contra aftosa nessa etapa é obrigatória para bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade. Depois de vacinar o animal, o pecuarista tem de lançar a informação no Sistema Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave) por meio do seu cadastro.
Segundo levantamento feito pela Faesp, a disponibilidade de imunizantes contra a aftosa foi prejudicada neste ano. Foi constatado que nos municípios de Monte Aprazível, Brotas, Cruzeiro, Cachoeira Paulista e Patrocínio Paulista houve reclamações de falta de doses de vacinas, com uma situação anormal para este período. Em Barretos, foi apurado que somente uma revenda comercializava o produto, também uma situação atípica para a época.
Já em Araçatuba, as cooperativas realizaram grandes compras de imunizantes contra a afotsa, e dessa maneira os médios e grandes produtores foram abastecidos no começo da campanha. Mas não havia disponibilidade de frascos com poucas doses, o que dificultou a vida dos pequenos produtores.
A produção do imunizante contra aftosa é solicitada pelo Mapa junto a entidade que representa os fabricantes. Essa solicitação já contempla o volume necessário para condução das duas campanhas ao longo do ano. Por isso, em tese, não deveria ocorrer a falta de vacinas. Contudo, em campanhas anteriores, problemas de logística e distribuição acabaram prejudicando o acesso dos produtores rurais à vacina.
Fonte – Canal Rural