Safras projeta aumento de 3,67% na moagem de cana 2023/24 e “mix” açucareiro
Volume deve chegar a 565 milhões de toneladas
A moagem de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil na temporada 2023/24 (abril/março) deve aumentar 3,67% na comparação com o ciclo atual, para 565 milhões de toneladas, beneficiada por um regime favorável de chuvas, estimou ontem (8) a Safras & Mercado.
Em sua primeira previsão para a nova safra, a consultoria apontou ainda um aumento no “mix” de cana que deverá ser destinada à produção de açúcar para 49%, versus 47% na temporada atual, com a fatia do etanol caindo para 51%.
Com isso, a produção de açúcar do centro-sul deverá aumentar para 36 milhões de toneladas, 3 milhões acima do estimado para 2022/23, o que deve pressionar as cotações na bolsa de Nova York “mesmo depois da finalização da safra da Ásia no ano que vem”, disse o analista Mauricio Muruci, em relatório.
Com uma produção estável no Nordeste em 3 milhões de toneladas, o Brasil, maior exportador global, deve produzir em 2024/23 cerca de 39 milhões de toneladas de açúcar, alta de 8,4% ante a atual temporada.
As exportações do país foram estimadas em 35 milhões de toneladas em 2023/24, alta anual de 4 milhões de toneladas.
Segundo o analista, a estação chuvosa deve começar com força no centro-sul em dezembro, com volume acima de 200 mm ao mês na maioria das regiões produtoras entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, após fortes volumes em novembro.
“Com isto entressafra deve ser muito regular, com chuva elevadas dentro do período estimado, pelo menos na primeira metade, entre novembro de 2022 a janeiro de 2023”, afirmou.
“Isto fundamenta o tom de recuperação da moagem na temporada 2023/24…”, afirmou.
Com um “mix” de cana mais açucareiro, a produção de etanol hidratado do centro-sul cairá para 18 bilhões de litros, versus 18,5 bilhões na temporada atual, enquanto a de anidro (usado na mistura com a gasolina) terá alta de 500 milhões de litros, para 11,5 bilhões de litros.
A produção de etanol hidratado de milho aumentará para 2,5 bilhões de litros na nova safra, ante 2,1 bilhões, enquanto a do biocombustível anidro terá ligeira alta para 1,5 bilhão de litros.