FPA alerta para os perigos da quebra de safra no agro brasileiro

Em relatório divulgado no começo de fevereiro, o número de 299,8 milhões de toneladas apresentado pela estatal, é 6,6 milhões menor que o previsto em janeiro

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniu, nesta terça-feira (27), para discutir e buscar soluções para a crise do setor agropecuário brasileiro. Com a projeção de colheita de grãos no Centro-Oeste reduzida, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) passou a projetar para o cenário mais amplo da produção, números ainda menores. A preocupação da bancada é que o problema se alastre em todo o Brasil, com consequências no Produto Interno Bruto (PIB) e aumento do desemprego.

Em relatório divulgado no começo de fevereiro, o número de 299,8 milhões de toneladas apresentado pela estatal, é 6,6 milhões menor que o previsto em janeiro e volume 6,3% inferior ao calculado para o ciclo 2022/23 (319,8 milhões de toneladas).

Para o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), já podemos falar em crise e a situação não será resolvida agora. “São dois, três anos de enfrentamento pela frente. Temos que nos adaptar a uma nova realidade que está pesando demais para os produtores. A quebra de safra é desequilibrada em diversas regiões e vemos um montante de crise gigantesco”.

Lupion acrescenta que é preciso indicar caminhos para a solução dos problemas e não apenas ir para o embate político. “A gente precisa se preocupar e sentar com o governo para achar alternativas. Essa é a nossa obrigação como representantes do setor. Deixar de lado essa questão política de quem é a culpa da crise, mas principalmente tentar socorrer o nosso produtor nesse momento”, assegurou.

Lupion contou que tem conversado com o Ministério da Agricultura sobre o governo assumir e indicar que existe uma crise e que será necessário um montante importante e razoável de recursos para conseguir compensar essa crise, seja no Plano Safra, seja no seguro rural.

De acordo com o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), o setor agropecuário brasileiro passa por uma situação complicada que vai da quebra da safra e resulta nos preços altos nos supermercados. “O custo de produção sobe com todas essas questões climáticas. Em uma média geral do Brasil, a soja vai pagar a conta do custeio, mas não vai pagar o investimento. O agro hoje na grande maioria é financiado. O nosso problema não é produção, é preço, e assim não se fecha a conta”, explicou.

O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) afirmou que nunca viu na história a queda de produtividade aliada a nenhuma perspectiva de melhora. “É a primeira vez que vivencio essa situação. O pior é que a segunda safra também será um problema sobre o milho safrinha e o algodão. A quebra de safra é um problema gravíssimo que estamos enfrentando e ainda pode durar mais do que se imagina”, alerta.

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) informou ter apresentado um projeto de lei para renegociação de dívidas dos produtores rurais (PL 165/2024). A proposta foi apensada ao projeto de lei 5122/2023, que tem pedido de urgência aprovado e aguarda análise no Plenário da Câmara dos Deputados.

“Ao proporcionar esse alívio financeiro, estamos oferecendo aos agricultores a oportunidade de enfrentar esses desafios de forma mais resiliente, preservando suas operações e evitando o endividamento excessivo que poderia resultar na impossibilidade de cumprir com seus compromissos financeiros”, disse.

Combustível do Futuro
O deputado Arnaldo Jardim (CD-SP), vice-presidente da FPA, apresentou o relatório do PL do Combustível do Futuro (PL 4516/2023). O parlamentar participou da reunião de líderes para apresentar o projeto, e tem expectativa de votação para a próxima semana.

“O deputado Arnaldo Jardim tem conseguido dialogar com os mais diversos setores de energia e combustíveis. É um projeto que ficou abrangente, faz parte da pauta verde e é 100% apoiado por nós.”

Fonte: Frente Parlamentar da Agropecuária