Inmet alerta para perigo da seca extrema

O estado de São Paulo registrou 1211 focos de queimadas neste mês de setembro de 2021 (até o dia 17/09)

Um dia para o fim do inverno e início oficial da primavera que, no hemisfério sul, começa nesta quarta-feira (22). Mesmo assim parte da população brasileira se vê às voltas com temperaturas elevadas e clima extremamente seco, enquanto uma outra parcela está em alerta para o potencial perigo de chuvas fortes.

Em um comunicado divulgado ontem (20), em Brasília, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) chama a atenção para o grande perigo de ocorrência de incêndios florestais por causa da baixa umidade relativa do ar registrada em 461 cidades do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.

Segundo o Inmet, ao menos até o fim desta segunda-feira, nestas regiões, a umidade relativa do ar abaixo de 12% potencializou a chance de incêndios e pode fazer mal à saúde das pessoas, que devem procurar se hidratar e evitar fazer atividades físicas ao ar livre nos horários mais quentes do dia.

Perigo

As áreas abrangidas pelo alerta de grande perigo devido à seca compreendem praticamente Goiás e o Distrito Federal, além das regiões centro-sul, nordeste, norte e sudeste mato-grossense; o centro-norte, leste e o pantanal sul-mato-grossense; as faixas ocidental e oriental de Tocantins; o Triângulo Mineiro e a região noroeste de Minas Gerais e também as cidades de Araçatuba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.

Além do comunicado de grande perigo em parte das sete unidades federativas já citadas, os técnicos do Inmet também alertam para os potenciais riscos decorrentes da baixa umidade em parte de outros 12 estados onde a umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 20%: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte

Ao mesmo tempo, os técnicos do instituto alertam para o potencial risco de chuvas intensas e até temporais atingirem algumas cidades do Amapá, Amazonas, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina. Em quatro estados (Maranhão, Pará, Paraná e São Paulo), há regiões sujeitas a enfrentar chuvas intensas ao longo do dia e áreas em que a população enfrenta o calor e a baixa umidade.

Chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet, a meteorologista Morgana Almeida explicou à Agência Brasil que as diferentes situações se devem à atuação dos sistemas meteorológicos que atuam simultaneamente no país.

Diversidade de climas

“Devido às dimensões continentais do Brasil, temos uma diversidade de climas e de sistemas meteorológicos atuando em um só dia. Hoje, temos áreas de instabilidade na Região Norte, com risco de chuvas fortes isoladas, da mesma forma que, no outro extremo do país, na Região Sul, há uma nova frente fria em formação atuando, com a possibilidade de ocorrerem temporais. Já na área central do país, a massa de ar quente que está há praticamente duas semanas parada sobre a região favorece as altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar”, explicou Morgana.

Para a meteorologista, por enquanto, a queixa de muitos moradores da região Centro-Oeste que sustentam que, este ano estaria mais quente e seco que em anos anteriores não passa de uma impressão. “Todos os anos, no fim do inverno, a temperatura se eleva, marcando a transição entre as estações. A princípio, não me parece ter havido, na região, nenhuma grande diferença em comparação a anos anteriores. Mas é preciso aguardarmos os dados consolidados para termos uma resposta mais categórica”, disse.

Estado de São Paulo tem o maior número de queimadas em 11 anos

Segundo os dados do satélite de referência (AQUA_M-T) do Instituto Nacional de Pesquisas Espacial (INPE), o estado de São Paulo registrou, entre o dia 01 de janeiro até 18 de setembro 4886 focos de queimadas. Esse valor é 8% maior do que o mesmo período de 2020, quando o estado registrou 4.488 focos de queimadas.

O município de Cajuru lidera o ranking do estado, seguido por Morro Agudo e São Carlos. Estes 4886 focos de queimadas neste ano é o maior número de focos para o mesmo período dos últimos 11 anos, ou seja, desde 2010 quando registrou 6.381 focos de queimadas.

O estado de São Paulo registrou 1211 focos de queimadas neste mês de setembro de 2021 (até o dia 17/09). Em setembro de 2020 foram 2254 focos – que foi o maior já registrado em um mês de setembro desde seus registros, que começaram em 1998. No entanto, em agosto de 2021 foram 2277 focos de queimadas, sendo o maior para um mês de agosto dos últimos 11 anos.

Fonte: Agência Brasil/Clima Tempo