Produção de cana deve ter recuperação na safra 2022/2023

Se as projeções de um quadro climático relativamente favorável no início de 2022 se concretizar, o aumento da matéria-prima utilizada na fabricação de açúcar e de etanol deve resultar em maior oferta dos dois produtos

A produção de cana-de-açúcar deve ter recuperação na safra 2022/2023, que começa no dia primeiro de abril deste ano. A avaliação é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que leva em conta a expectativa de um clima mais favorável e de maior produtividade dos canaviais, em comparação com a temporada 2021/2022, que termina no dia 31 de março.

“Se as projeções de um quadro climático relativamente favorável no início de 2022 se concretizar, o aumento da matéria-prima utilizada na fabricação de açúcar e de etanol deve resultar em maior oferta dos dois produtos, especialmente do último”, diz o Cepea, em boletim de mercado.

Na avaliação dos pesquisadores, os preços do etanol ainda em patamares elevados – ainda que a referência do Cepea tem caído nas duas últimas semanas de 2021 – devem levar o mix de produção das usinas a ser um pouco mais direcionada para o etanol. Mas essa situação depende da continuidade desses valores e também dos preços do açúcar no mercado interno e externo.

“No que se refere ao consumo brasileiro de combustível, incluindo o etanol, este certamente receberá influência das condições econômicas do País e, consequentemente, do poder aquisitivo da população”, diz o Cepea.

O mercado de açúcar, de acordo com os pesquisadores, está em um ambiente de mais incerteza. Em boletim, o Cepea avalia que as perspectivas são “pouco favoráveis”. Altos custos com insumos importados, desaceleração econômica e tendência indefinida de variáveis macroeconômicas, como a taxa de câmbio, além dos preços do petróleo são apontados como fatores. Além dos temores relacionados à pandemia de Covid-19.

“Nesta conjuntura, as expectativas quanto à produção e ao consumo de açúcar no Brasil estão conservadoras frente às de 2021, a despeito da aposta na manutenção de preços doméstico e internacionais altos”, dizem os pesquisadores.

Em meio a este cenário, o indicador de referência do Cepea para o açúcar cristal caiu 2,46% no acumulado dos dois primeiros dias do mês. Na terça-feira (4/1), fechou cotado a R$ 151,02 a saca de 50 quilos.