Ridesa comemora 31 anos com novas variedades de cana-de-açúcar

Das 21 novas variedades, quatro foram desenvolvidas na Universidade Federal do Paraná e liberadas em 2021

A Ridesa – Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Sucroenergético – comemorou, em abril, 31 anos com o lançamento de 21 novas variedades de cana-de-açúcar. O evento que marcou as comemorações e os lançamentos foi realizado no “Dia de Campo Ridesa”, promovido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) no dia 20 de abril, na estação experimental do Setor de Ciências Agrárias, localizada no município de Paranavaí – PR.

Das 21 novas variedades, quatro foram desenvolvidas na Universidade Federal do Paraná e liberadas em 2021. Na ocasião, também foi divulgado o livro que celebra e conta a história dos 50 anos de variedades RB, relatando as 114 variedades lançadas pelo Planalsucar e pela Ridesa, incluindo essas novas variedades, em mais de 32 anos de pesquisa.

De acordo com o professor Ricardo Augusto de Oliveira, do Programa de Melhoramento Genético da cana-de-açúcar do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade da UFPR, o tempo médio para a liberação de uma nova variedade é de aproximadamente 15 anos, após vários testes.

O processo se inicia nas estações, onde são produzidas milhares de sementes e enviadas para as universidades da Ridesa iniciarem as fases de experimentação de campo. Entre as etapas realizadas nas universidades estão: germinação das plântulas; seleção de clones de cana-de-açúcar RB; ensaios de competição de clones; avaliação da época de maturação dos clones; e reação às pragas e doenças de clones.

“Quando liberamos uma nova variedade, ela terá características que são superiores às variedades já comercializadas, já cultivadas. São mais tolerantes às doenças, possuem maior teor de açúcar e maior produtividade. Essas variedades também que são mais rústicas, ou seja, aguentam um ambiente de cultivo um pouco mais restritivo”, explicou o professor.

O melhoramento genético proporciona aumento de produtividade, pois viabiliza o cultivo de plantas mais resistentes a pragas e a doenças e adaptadas para as diferentes regiões produtoras. Entre as vantagens das novas variedades estão o elevado teor de sacarose, os diferentes ciclos de colheita e as adaptações a vários tipos de solos e ambientes.

A Ridesa é formada por um convênio de cooperação técnica entre dez universidades federais, do qual a UFPR faz parte. A rede desenvolve as cultivares denominadas República do Brasil (RB). Desde 1992, o Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar, vinculado ao Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade da universidade paranaense, já desenvolveu quatorze variedades.

As variedades da sigla RB são cultivadas em mais de 65% da área com cana-de-açúcar no país, uma contribuição de cerca de 12,3% na matriz energética do Brasil.