Trator movido a biometano foi testado em usina na última safra
Máquina apresenta redução de até 80% na emissão de gases. Antes de ser lançado comercialmente, o trator a biometano já vinha sendo testado no Brasil. Na safra passada de cana-de-açúcar, um equipamento rodou na unidade 2 da Usina Cocal, em Narandiba (SP), que investiu R$ 150 milhões na implantação de plantas de biogás, biometano e em uma termelétrica de 5 megawatts (MW), que ocupam 20 hectares.
A aposta no biometano como fonte de energia vem crescendo cada vez mais e oferecendo oportunidades para o setor bioenergético. Nesta semana, por exemplo, foi divulgado o início da venda comercial do primeiro trator movido exclusivamente a biometano do mundo.
A fabricante do equipamento, a New Holland, assegura uma redução de até 80% das emissões de gases com o mesmo desempenho do trator movido a diesel.
Lançado globalmente em 2019, na Alemanha, o T6 Methane Power começou a ser produzido em escala comercial em 2021, na fábrica de Basildon, na Inglaterra, e a partir de junho já estará disponível para o mercado brasileiro, via importação.
Criadores de gado de corte e de leite, produtores de aves e suínos, cooperativas que fazem abate de animais e usinas de cana-de-açúcar são os principais alvos da empresa para vender o novo trator, que deve custar em torno de 35% a 40% a mais que o similar a diesel, hoje com preços a partir de R$ 800 mil.
Testado
Antes de ser lançado comercialmente, o trator a biometano já vinha sendo testado no Brasil. Na safra passada de cana-de-açúcar, um equipamento rodou na unidade 2 da Usina Cocal, em Narandiba (SP), que investiu R$ 150 milhões na implantação de plantas de biogás, biometano e em uma termelétrica de 5 megawatts (MW), que ocupam 20 hectares.
A usina já produz biometano desde setembro, a partir dos resíduos (1,5 milhão de m³ de vinhaça e 130 mil toneladas de torta de filtro) da industrialização do açúcar e etanol.
Segundo a Associação Brasileira de Biogás (Abiogás), o país tem potencial para produzir até 121 milhões de m³ de biogás por dia, sendo 57,8 milhões do setor sucroenergético, 38,9 milhões da produção animal e 18,2 milhões das demais atividades agrícolas. Esse volume seria suficiente para substituir 70% do consumo de óleo diesel no país e 100% do gás natural.