Usina Maringá: Com prazo de 20 anos e deságio de 80%, Grupo Diné não mexe no coração da dívida com canavieiros

Para receber à vista o fornecedor leva apenas $ 18mil independente do tamanho da dívida

Os produtores de cana credores do Grupo Diné ( Usina Maringá) saíram de assembleia nesta quinta-feira (13) com a proposta de receberem somente R$ 18 mil à vista ou um desconto de 80% independente do tamanho da dívida, após a homologação.

Os donos das usinas Maringá e Santa Rita mantiveram a proposta de pagamento em 20 anos, com deságio de 80%, para aqueles que não aceitarem a proposta de receber apenas 18mil.

Enquanto as três usinas do Grupo Moreno, também paulista, deixaram a recuperação judicial há dois dias, liquidando R$ 1 bilhão em dívidas, o grupo sediado em Araraquara (SP) está em recuperação judicial desde junho de 2020.

A Canasol, que representa os fornecedores de cana araraquarenses, com cerca de R$ 16 milhões pendentes junto à Maringá, considera uma “enorme decepção para quem entregou sua produção e não recebeu”, segundo seu presidente, Luís Henrique Scabello de Oliveira.

Do total de dívidas do grupo, de aproximadamente R$ 4 bilhões, entre todos credores e dívidas trabalhistas, tem o Banco do Brasil com R$ 1 bilhão.

Enquanto a Maringá segue desativada, a Santa Rita, em Santa Rita do Passa Quatro, permanece aberta, mas tinha baixa representatividade no bolo do Diné, e ficou menos ainda na safra anterior, moendo não mais que 1 milhão de toneladas.

Apesar dessa situação e de capacidade ociosa na região, a Canasol entende que, apesar dos prejuízos causados, os canavieiros desta tradicional região produtora já alocam suas produções em outras unidades.