Companhia diz ter acesso a fertilizantes e não faltará produto

Dumoncel informou a analistas e investidores que há expectativa de que o volume de fertilizantes vendidos para produtores de Mato Grosso continue aumentando

O CEO da gaúcha 3tentos, que atua com distribuição de insumos agrícolas, originação de grãos e processamento, Luiz Osório Dumoncel, disse que a companhia “tem um vantagem competitiva importante” no mercado pelo relacionamento com empresas parceiras nacionais, para quem a empresa faz distribuição de produtos. “Temos uma posição de destaque no acesso a insumos. Não é fácil, sabemos como conseguimos isso e estamos muito confiantes e recebendo produtos tanto no Rio Grande do Sul como em Mato Grosso”, afirmou ele na sexta-feira (6), durante teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre de 2022. “Não faltará, já estamos preparados para obter insumos da melhor qualidade, na hora certa”, continuou.

Dumoncel informou a analistas e investidores que há expectativa de que o volume de fertilizantes vendidos para produtores de Mato Grosso continue aumentando. “A relação de troca com fertilizantes e o hedge que o produtor faz com a empresa trazem possibilidade para ele (seguir comprando)”, explicou. Segundo o CFO (diretor financeiro) da companhia, Maurício Hasson, que também participou da teleconferência, no primeiro trimestre a demanda por fertilizantes ficou aquecida.

“Normalmente o primeiro trimestre não é de vendas de fertilizantes muito fortes, mas tivemos crescimento de 80% no volume de vendas”, disse. A receita líquida da companhia com insumos no período chegou a R$ 374 milhões, 28% acima do valor contabilizado em igual período do ano passado.

Nova instalação – A fábrica que a gaúcha 3Tentos está construindo no município de Vera (MT) ficará pronta para originação de milho safrinha em junho, informou Luiz Osório Dumoncel. “A planta já está 50% pronta, acima dos 43% projetados. Acreditamos que o volume de milho originado em Mato Grosso será ainda maior do que o previsto”, disse ele.

Além de estrutura de silos para receber de produtores soja e milho, a fábrica mato-grossense também terá uma capacidade inicial de processamento de soja de 3 mil toneladas por dia e de produção de mil metros cúbicos por dia de biodiesel. “O processamento em Vera (MT) deve começar em 2023, não sabemos ainda se em maio ou junho. Começaremos com capacidade de esmagamento de 2,6 mil t/dia e a planta está preparada para, com pequenos ajustes, chegar a 4 mil t/dia no fim de 2023, início de 2024”, informou.

Em Mato Grosso, do plano original de abrir oito lojas na região da BR-163, três já foram inauguradas: em 2021, na cidade de Sinop, e, em 2022, nas cidades de Sorriso e Matupá. No Rio Grande do Sul, foram abertas sete novas lojas em 2021, uma unidade a mais do que o previsto, nas cidades de Alegrete, Erechim, Palmeira das Missões, Santiago, São Borja, Uruguaiana e Vacaria. Em 2022, serão abertas cinco lojas no Estado, totalizando 52. A ampliação da capacidade de processamento de soja na planta industrial de Cruz Alta (RS) deve ser concluída em junho, segundo o executivo, a partir de quando poderão ser processadas 2 mil toneladas/dia, ante mil toneladas atualmente.

Trigo – O incremento de 237,2% da receita líquida de grãos da gaúcha 3tentos, para R$ 328,73 milhões, no primeiro trimestre do ano, foi impulsionado pela originação recorde de trigo pela companhia, que somou 215 mil toneladas, 94% acima do volume originado em igual período do ano passado.

“No fim do ano, no quarto trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2023, devemos ter bom volume de originação e vendas de trigo”, disse o CEO da 3tentos, Luiz Osório Dumoncel, durante a teleconferência, tendo em vista a perspectiva de aumento da área plantada com o cereal no Estado, de 30% a 40%.

A receita com grãos também foi beneficiada pelo aumento de 18% na originação de milho, que chegou a 81 mil toneladas nos três primeiros meses do ano, bem como pela maior participação na originação de lojas maduras da empresa.

No segmento de insumos, cuja receita líquida aumentou 28,2%, para R$ 373,79 milhões, influenciaram o bom resultado o mercado de fertilizantes aquecido, altas de preços dos principais insumos, bem como as vendas em Mato Grosso, que já representam 15% do total no segmento.

Sobre a receita líquida do segmento da indústria, que subiu 50,1%, para R$ 570,7 milhões, parte do resultado se deu pelo crescimento de 14% da receita líquida com biodiesel, explicado pelo aumento de preços e pelo novo modelo de comercialização, que permite fixações frequentes de preços com as distribuidoras, acompanhando os preços do óleo de soja. Em volume, houve queda de 29% nas vendas, decorrente de menor demanda pelas distribuidoras, respeitando a taxa de mistura definida pela ANP, de 10%, que no ano passado estava em 12% (janeiro e fevereiro) e 13% (março).

Quanto ao farelo e outros derivados, houve crescimento de 95% da receita líquida, associado ao aumento de 93% do volume comercializado, destinado principalmente ao mercado externo (75% das vendas totais de farelo).

Fonte: Estadao