Dos campos do açúcar à vice-presidência da Canasol

Tatiana é a primeira mulher a fazer parte da diretoria executiva da entidade, além de ser membro efetivo da Orplana, auxiliando também quando requisitada na Federação dos Plantadores de Cana do Brasil

O agronegócio é o setor que mais têm mulheres na liderança. São duas a cada dez propriedades geridas por elas. De acordo com a Esalq/USP, o número de mulheres no setor aumentou 8,3% em 11 anos. Em 2016 uma pesquisa da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que consultou 301 mulheres atuantes na agropecuária, destacou que 60% das entrevistadas têm curso superior, e 88% são independentes financeiramente. Com os movimentos rápidos do agronegócio é de se esperar que este número seja ainda maior atualmente.

Acompanhando a tendência no setor canavieiro, a Canasol inicia uma série de entrevistas com as mulheres que estão à frente de suas propriedades e fazem parte da Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara. Na primeira da série “Cana +Mulher”, vamos conhecer Tatiana, a primeira mulher a fazer parte da diretoria executiva da Canasol.

DOS CAMPOS DO AÇÚCAR À VICE-PRESIDÊNCIA DA ENTIDADE

Tatiana Caiano Teixeira Campos Leite é natural de Rincão, nascida em 16 de julho de 1977, casada, mãe de dois filhos, Giulia e Gabriel.

Mulher, mãe, advogada e produtora rural, Tatiana concilia suas funções e atividades diárias, dividindo a carreira profissional entre seu escritório de advocacia e junto a Canasol, onde atua desde 2015 como Vice-Presidente e Diretora Jurídica da entidade.

Ela é membro efetivo do Grupo Jurídico da ORPLANA – Organização dos Plantadores de Cana do Brasil, sediada em Ribeirão Preto, tendo já atuado também no Conselho Fiscal desta entidade. Também, quando requisitada, auxilia em assuntos jurídicos da Feplana – Federação dos Plantadores de Cana do Brasil, em Brasília.

Crescida em uma das propriedades rurais da família em Rincão, Tatiana sempre foi apaixonada pelo Agro e pelos negócios do pai, Dr. José Carlos Bassanesi Teixeira, o qual exerceu com brilhantismo a advocacia e a atividade canavieira.

Após seu falecimento em 2008, Tatiana também passou a gerir os negócios da família que, além da cana, diversificaram-se com a cultura de eucalipto.

Ela relembra do carinho com que o pai atuou na Presidência e Departamento Jurídico da Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara por vários anos, de maneira que o amor que ela tem pela Canasol foi passado por ele desde quando menina.

 “Cresci no meio Agro, tendo a cana-de-açúcar sempre como referência e esteio de minha família. Foi esse aprendizado constante que me possibilitou dar continuidade ao trabalho e à dedicação de meu pai junto à entidade, o que é extremamente gratificante pra mim”, diz Tatiana.

Entusiasta de seu trabalho na vice-presidência da Canasol, Tatiana conta, que faz questão de dar atendimento jurídico na Associação, pois é uma forma de estar perto dos problemas de cada produtor rural, entendendo suas dificuldades e auxiliando-os no dia-a-dia do campo.

Em um universo que até pouco tempo era dominado pelos homens, sente-se orgulhosa de quem é e de onde veio, mostrando que as mulheres têm capacidade e competência para estar à frente do setor canavieiro.

“Estamos, sim, cada vez mais, conquistando nosso espaço no Agro. Provando que somos capazes de lidar com o campo ou desenvolvendo funções de suma importância para o setor. Que um pouco de minha história sirva de inspiração para outras mulheres, que ainda sentem receio em comandar suas propriedades. Nós podemos, nós fazemos”, finalizou a vice-presidente.

Para o presidente da Canasol, Luís Henrique Scabello de Oliveira, é notório o crescimento de mulheres na atividade canavieira, tanto que entidade vem acompanhando e faz questão de prestigiá-las.

“Quando, pela primeira vez, assumimos a Canasol, fizemos questão da participação feminina, que é a Tatiana. Neste ano em nossa reeleição a diretoria conta com mais uma representante feminina para reforçar a diretiva de que no mundo do Agro, homens e mulheres caminham de mãos dadas”, ressaltou Luís Henrique.

Há uma forte tendência para a maior participação da mulher no agronegócio brasileiro, mostrando inclusive que a maioria delas está em postos de lideranças. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), 57% dessas mulheres participam ativamente de associações rurais.

Por Suze Timpani – Canasol