Setor Sucroalcooleiro -“Nós viramos a Arábia Saudita do Etanol!”

No Visão Agro Debate especial sobre Cana-de-Açúcar o jornalista Alex Ramos conversou com dois especialistas do mercado: os consultores Marcos Françóia – MBF Partners e Paulo Saraiva – PS7

Quem sofre para abastecer o veículo nos postos em razão das constantes altas nos preços dos combustíveis mal sabe que a cadeia produtiva da cana-de-açúcar não está com a vida ganha. Pesada carga tributária, quebra de safra, alta dos insumos, flutuação cambial e de mercado internacional, entre outras variantes, têm esquentado a cabeça de usineiros e produtores.

Para manter as contas no azul o jeito tem sido fazer muito exercício matemático e ajustar margens, crescer em produtividade e rezar contra os fatores climáticos. Mesmo assim a crise hídrica que bate a pá de cal nas esperanças de lucros mais altos para o setor sucroalcooleiro.

Esse foi o cenário do Visão Agro Debate que encerrou junho com chave de ouro. Alex Ramos debateu a quebra de safra da cana-de-açúcar e as perspectivas da próxima colheita com os consultores Marcos Françóia e Paulo Saraiva. O Deputado Arnaldo Jardim estava escalado para a conversa, mas por um imprevisto não conseguiu estar presente.

“As previsões de quebra acertaram. Com uma produção menor quem rege é a lei de mercado, ou seja, menos produto disponível eleva os preços para patamares nunca vistos, alavancando o setor. Mesmo com uma margem de lucro menor teremos, no final, resultados positivos. Nós viramos a Arábia Saudita do Etanol”, analisou Marcos.

Paulo Saraiva destacou que mais dinheiro na cadeia produtiva significa mais investimentos, novos subprodutos, modernização e cada vez mais produtividade. “O BNDES, por exemplo, já tem critérios estabelecidos para destinar recursos para cada segmentação do agronegócio. Isso significa menos juros, taxas mais justas dentro e fora da porteira. E se o crédito chegar na mão de quem precisa, muita coisa se resolve. E quem precisa é quem está mais endividado, mas o recurso precisa ser bem aplicado”, comenta.

Alex Ramos frisou que o produtor brasileiro está acostumado em viver “de milagres em milagres”, seja em relação ao clima, crise financeira, política ou falta de recursos. “Para todos juntos termos mais sucesso só há um caminho: união e planejamento, ação de todos os que pensam o setor. Sonhar e não agir é a mesma coisa de ter pesadelos”, conclui Françóia.

Fonte- Redação Visão Agro

Assista o Visão Agro Debate na íntegra: