Com tempo frio e falta de chuvas agricultores acumulam perdas

Os produtores que estiverem usando linhas de crédito podem tentar renegociar prazos e juros, desde que comprovem que houve perdas em decorrências das geadas intensas

Eduardo Pena é produtor de café no Sul de Minas Gerais. Depois da forte geada que assolou a região na semana passada, ele garante que vai faltar café no mercado e o preço deve subir, não só para o consumidor final, mas também para a exportação.

O produtor que tem 150 mil pés de café, em duas propriedades, conta que nunca viu geada tão forte como a dos últimos dias. Com cerca de 40% de perda das lavouras em produção, Eduardo explica que os agricultores vão precisar contar com a ajuda de bancos, do governo e da sociedade.

E a CNA – Confederação Nacional da Agricultura – confirma tudo que o Eduardo falou: a intensidade da geada deste ano foi histórica em várias regiões do país e o café foi a cultura mais impactada, com perdas que não se viam há 27 anos. Apesar da meteorologia trazer previsões bem confiáveis, que norteiam os períodos de melhor clima para cada produto, neste ano as chuvas atrasaram e muitas plantações acabaram sofrendo mais com as geadas.

Além do café, que foi a lavoura mais impactada, em especial no Sul de Minas, o milho também apresentou perdas significativas, principalmente no Paraná. Culturas de cana de açúcar, batata e hortaliças também foram afetadas. O coordenador de produção agrícola da CNA, Maciel Silva, explica que esses prejuízos já estão sendo sentidos nos preços dos produtos.

Os produtores que estiverem usando linhas de crédito podem tentar renegociar prazos e juros, desde que comprovem que houve perdas em decorrências das geadas intensas. Para os produtores de café existe o FunCafé, um fundo que financia o setor e oferece uma linha de crédito para recuperação de cafezais danificados. Os valores que cada agricultor pode usar variam de acordo com os danos sofridos nas lavouras.

Além dessas linhas de crédito para recuperação após eventos climáticos intensos, Maciel Silva garante que monitorar o clima e usar o seguro rural são estratégias essenciais para prevenir ou minimizar prejuízos, em situações como essa.

E de acordo com a meteorologia, o frio está indo embora. Depois de dias com temperaturas muito baixas, a massa polar que invadiu o Brasil está perdendo a força. Mas para agosto, de acordo com o Climatempo, ainda há previsão de três frentes frias. A segunda frente fria, no meio deste mês, deve ser bastante intensa, trazendo possibilidade de neve. De acordo com o Inmet, esse foi um dos invernos mais rigorosos dos últimos anos.

Fonte – Agência Brasil